Na última quinta-feira (01/07) inaugurou-se, oficialmente, o Plano Safra 2021/2022. O montante liberado é de R$ 251,22 bilhões, o que representa um acréscimo de 6,3% comparado à safra 2020/2021. Um aumento tímido, se considerarmos a importância que o agronegócio representa hoje para a economia do Brasil e o potencial do setor para os próximos anos. Segundo estimativas, apenas os produtores goianos deverão acessar cerca de R$ 25 bilhões.
O plano contou ainda com uma elevação das taxas de juros nominais em todas as linhas de crédito, o que, segundo o governo, ao descontar a inflação, ficariam praticamente estáveis. Para esta Safra, também houve a entrada de novos agentes financiadores, o que irá aumentar a concorrência e favorecer os tomadores de crédito.
Sem desmerecer a alta complexidade do tema crédito rural, podemos destacar três pontos importantes e a mensagem que estes números representam para a política agrícola nacional.
O primeiro aspecto importante no Plano Safra 2021/2022, que segue uma tendência do mercado mundial, é o aumento da disponibilização de recursos destinados a investimentos sustentáveis, também conhecido como “crédito verde”, como os previstos na agricultura de baixo carbono, também conhecido como ABC. Essas linhas contam com juros mais atraentes, prazos maiores e poderão contribuir para que o agronegócio brasileiro se torne ainda mais competitivo. Segundo a própria Ministra da Agricultura Tereza Cristina, nas próximas décadas, a produção agrícola mundial deverá crescer em sintonia com a conservação ambiental.
Também merece destaque o acréscimo na destinação de recursos para a ampliação da capacidade de armazenagem, que representa, hoje, uma limitação para a produção agrícola nacional. O déficit de armazenagem ainda é enorme e, juntamente com a péssima infraestrutura e os desafios de logística de transporte, acaba por representar um verdadeiro gargalo para o agronegócio.
Por fim, o ponto mais sensível no plano anunciado pelo governo ainda permanece relacionado ao seguro rural. O montante anunciado é de aproximadamente R$ 948 milhões, limite inferior ao anunciado pela ministra. Apesar de ter garantido um volume maior para 2022, o tema ainda sofre com a pouca atenção do governo.
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