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O Agro não pode parar, embora ajustes sejam necessários

Por: Artur Ricardo Siqueira


Os impactos causados pela pandemia do coronavírus terão proporções alarmantes para a nossa economia. No meio urbano, os danos serão ainda maiores, devido às inúmeras restrições impostas ao comércio e à locomoção de pessoas. O objetivo, ao final, é controlar o avanço da epidemia. Em meio a esse caos, enquanto a rotina nas cidades desacelera, o setor rural ainda está pujante, finalizando a colheita e partindo para os desafios do plantio da 2ª safra, sem sofrer impactos imediatos da epidemia.


Com a previsão de safra recorde de grãos, exportações de carne bovina, suína e frango em expansão, o cenário atual ainda é animador. Em boa verdade, em tempos de incertezas econômicas para outros setores, o Agronegócio não pode parar, embora ajustes sejam necessários.


Nesse contexto, é importante que os produtores rurais, bem como as agroindústrias, tenham consciência de sua responsabilidade pela saúde dos trabalhadores no campo. Mudanças na rotina de trabalho, respeito às recomendações de prevenção – como evitar aglomerações, dever de informação, além de atenção especial aos grupos de risco, são apenas algumas das necessárias cautelas a serem rigorosamente observadas no meio rural.


Por outro lado, os desafios do Poder Público para fornecer melhores condições ao setor também são enormes. A logística de transportes de alimentos, de modo a garantir a segurança alimentar em âmbito nacional, sem dúvidas, está entre as maiores preocupações. Segundo a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, garantir a continuidade do fluxo de alimentos entre o campo e os meios urbanos deve ser a prioridade da pasta. A manutenção da produção e distribuição de alimentos é essencial para superar crises sanitárias.


Acompanhando esse movimento, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) publicou a Portaria PGFN nº 7.821, de 18 março de 2020, que estabelece medidas extraordinárias decorrentes da pandemia, como a previsão de suspensão dos atos de cobrança pelos próximos 90 dias, do envio de débitos para protestos em cartório, das rescisões de parcelamentos por inadimplência, além de criar situações mais favoráveis à renegociação de dívidas. Todas essas ações emergências são fundamentais para viabilizar a continuidade da atividade rural.


Por ter participação fundamental na composição do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o Agronegócio desempenhará papel ainda mais importante para a economia em 2020, principalmente para evitar retrações ainda maiores. Enquanto o meio urbano sinaliza um possível colapso estrutural, a única alternativa para o Agro é continuar trabalhando e, para nossa sorte, produzindo.

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