Apesar do forte crescimento dos últimos anos, o agronegócio brasileiro, no terceiro trimestre deste ano, deu breves sinais de “cansaço”. A redução do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária foi severamente impactada pela grave seca que assolou o país, o que prejudicou os índices de culturas importantes como café, algodão, cana e laranja. Mas os desafios não param por aí, já que com a enorme elevação do preço dos insumos e a sua escassez, em 2022, o produtor rural terá mais uma variável importante no seu negócio: produzir com ainda mais eficiência.
As projeções apontam que em 2021/2022 ainda teremos uma safra recorde, com a expectativa de colhermos 291,1 milhões de toneladas, sendo 15% superior ao de 2020/21, segundo a Conab. Porém, ao projetarmos os números para 2022/2023, inúmeros fatores poderão comprometer ainda mais o crescimento do agronegócio. Isso porque, em 2022, o produtor rural terá um enorme cenário de incertezas, de ordem política, econômica e também operacional.
Por tratar-se de ano eleitoral, a conjuntura política ganhará destaque em detrimento da economia. Isso atrasará reformas importantes – como a reforma tributária. Esse período de turbulência política ocasionará um enorme impacto na economia, com reflexos ruins para o agronegócio.
Além da corrida eleitoral, o cenário econômico do país, influenciado também pela pandemia, poderá refletir na agropecuária brasileira. Inflação alta, elevação das taxas de juros, desequilíbrios no binômio oferta/demanda, são alguns exemplos de variáveis que poderão impactar negativamente o agronegócio.
Não bastasse esse cenário político-econômico, os produtores rurais também contarão com uma incerteza de ordem operacional, já que inúmeros insumos seguirão com preços elevados e, em alguns casos, poderá haver escassez de produtos. Tanto a elevação de preços, quanto à falta de produtos, acaba por influenciar diretamente no manejo das lavouras, já que os produtores terão de ajustar doses de adubos ou mesmo buscar pacotes tecnológicos alternativos e diferentes do habitual.
Toda essa conjuntura nos revela o maior desafio do produtor rural em 2022: continuar produzindo bem, com a eficiência de sempre. Sem dúvida, o produtor rural brasileiro é destaque internacional pela excelente capacidade de produção: alta tecnologia, elevada produtividade e ótima competividade internacional.
Assim, com esse cenário de custos elevados e escassez de produtos, o produtor terá que elevar a eficiência da sua agricultura em patamares ainda maiores. Os desafios não se limitam apenas no campo, já que outros fatores como planejamento tributário, boas práticas ambientais e volatidade do mercado internacional continuarão sendo determinantes para o avanço do agronegócio brasileiro.
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